Às vezes, apenas criamos nossa obsessão.
Vamos dormir pensando nela;
Acordamos pensando nela;
Até sonhamos com ela.
Claro, ocasionalmente, não é algo saudável.
Mas, é inevitável para alguns poucos.
Se você tem algo que é obcecado por... Você simplesmente cai nesse paradoxo doentio e esquisito. Mas, julgo que isso é uma característica para algo maior. Algo magnífico a ser alcançado.
E ninguém melhor para representar o início desse processo do que o personagem Yatora Yaguchi.
Antes de Tudo, Quem é Yatora Yaguchi e O Que Ele Tem a ver Com Obsessão?
Inevitavelmente darei spoillers do anime nesse texto.
Yatora Yaguchi, é um garoto do ensino médio que se sente deslocado do mundo.
No primeiro episódio, ele nos é apresentado como um garoto vazio e sem autenticidade. Alguém que, como muitos estudantes, não tem a mínima ideia do que gostaria de fazer com sua vida.
Então, tudo que faz é perseguir a insana ideia de estabilidade.
Mesmo as pessoas o elogiando, chamando-o de gênio, falando bem dele... Simplesmente ele sabe que tudo que faz é se esforçar um pouco mais do que a maioria. Na verdade, os elogios apenas o fazem se sentir mais vazio.
Mas, tudo começa a mudar quando ele vê uma pintura:
Essa pintura, feita por uma colega, simplesmente o paralisa e faz ele refletir.
Logo após isso, seguindo um trabalho de artes da escola, ele pinta pela primeira vez algo que viu com seus amigos depois de uma festa.
Quase como por mágica, depois do Yatora pintar um desenho (meio feio, diga-se de passagem) e perceber que seus amigos entenderam o que é o desenho, ele solta a frase:
"– Essa foi a primeira vez que eu me senti vivo."
Desse ponto em diante, ele abandona a lógica e a busca pela estabilidade e decide se concentra na sua nova obsessão/paixão:
Pintar e desenhar.
Por Que Ele Nos Ensina Sobre o Início da Obsessão?
Não gosto de usar o termo 'encontrar sua obsessão'.
Do meu ponto de vista, ele é extremamente preguiçoso.
As coisas não acontecem de forma predestinada.
O Yatora, por mais que seja um personagem fictício, precisou ir contra tudo o que ele ouviu ao longo de toda a sua vida, para perseguir algo que somente ele acreditava. Isso não é destino. Foi uma escolha clara e direta que ele fez.
Ele precisou abandonar a lógica e ignorar todo o resto.
Precisou colocar em risco o seu futuro, afinal, estudar arte não é o emprego mais estável do mundo... Além disso, ele precisou estar disposto a dedicar uma enorme quantidade de horas em prol de sua obsessão.
Por mais exagerado que isso pareça, o início da obsessão de alguém é assim.
Não predestinadamente, mas sim, por uma escolha que pode ocorrer de forma consciente ou inconsciente. E, de uma forma ou de outra, não é algo passageiro como muitos gostam de definir.
Porém, Como Digo, Obsessão Nem Sempre é Algo Saudável
" – Apenas porque eu estou fazendo algo que eu amo;
não significa que será sempre divertido."
Ao mesmo tempo que a obsessão é linda, ela tem suas consequências.
Antes de tudo, preciso observar que você pode ser apaixonado por algo, mas, não obcecado por esse algo... Por outro lado, se você é obcecado por algo, precisa ser apaixonado por ao menos uma parte desse algo.
Ser apaixonado é uma coisa.
Ser obcecado por algo é outra coisa que vai além da paixão.
A obsessão pode machucar e frequentemente te faz escolher. Na verdade, é inevitável você sempre escolher ela em detrimento de milhares de outras coisas.
Para o Yatora, isso significou passar horas e horas de seu tempo pintando. Significou, treinar mais do que qualquer outra pessoa para alcançar o nível dos bons. Significou, pintar em momentos felizes e difíceis.
Nada melhor para representa isso do que quando ele precisa pintar, mesmo doente.
O Que Yatora Yaguchi Nos Ensina Sobre Obsessão?
Como falei, ser obcecado não é tão bonito quanto parece.
De toda forma, é inevitável.
Obviamente, não estou dizendo que você precisa passar por isso. Nem todas as pessoas escolhem ter uma obsessão.
Porém, se você escolher, saiba o que o aguarda.
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