“A forma de vida mais próxima de um demônio é o ser humano.”
(Parasyte: The Maxim)
“Parasyte é um anime de 2014 que está na Netflix. O anime mostra parasitas que inicialmente precisam infectar e destruir o cérebro humano e com isso assumem a forma humana e tentam habitar a Terra, escondidos.
Shinichi Izumi um adolescente de 17 anos, acaba sendo infectado por um desses parasitas, porém, o parasita falha e se aloja em sua mão direita. A partir daí os dois juntos começam a tentar coexistir e tentar entender o que está acontecendo, passando por diversas lutas e momentos emocionantes.
Uma importante discussão sobre a sociedade, humanos e o meio ambiente, qual o motivo da existência dos parasitas e dos humanos. Quem será que merece viver?”
Recentemente assisti ao anime na Netflix. Confesso que ele está entre meu top 10 animes favoritos. Além de uma narrativa incrível com diversas reflexões e lutas, preciso destacar sua trilha sonora.
Além da abertura, a música de fundo que geralmente aparece durante a trama é incrível e perfeitamente compatível com cada momento de tensão.
Apesar de inicialmente pensarmos que a narrativa do anime envolve alguma coisa com zombies ou qualquer coisa do tipo… estamos enganados.
Os parasitas são seres que após se apossarem de seu hospedeiro são capazes de aprender, pensar, questionar, planejar… sim, basicamente são seres humanos, porém, possuem algumas capacidades a mais. Por exemplo, os parasitas conseguem usar a parte infectada do corpo como uma arma. Principalmente porque seu objetivo não é apenas o de assumir a identidade do hospedeiro, e sim, sobreviver. Para que isso aconteça, eles inicialmente precisão se alimentar. Sua principal refeição, são seres humanos.
A partir desse ponto começamos a perceber que o ser humano sai do topo da cadeia alimentar e começa a fazer parte dela.
Como citei na sinopse, Shinichi Izumi (personagem principal da trama) é infectado por um desses parasitas, porém, diferente do esperado, o parasita fica alojado apenas em seu braço direito e, deste ponto em diante, os dois precisam coexistir enfrentando problemas tanto no mundo humano quanto no mundo dos parasitas.
Migi (nome do parasita de Shinichi) é a ponte para que comecemos a entender um pouco mais dos parasitas. Logo de cara, percebemos que essas criaturas são seres desprovidos de sentimentos e outras “futilidades” que os seres humanos possuem. Entretanto, isso precisa ser superado e os parasitas precisam coexistir com os seres humanos.
Essa relação começa a ter problemas quando diversos assassinatos acontecem e os culpados, apesar de a sociedade não saber, são os parasitas.
Por Shinichi ser um humano, ele se sente na responsabilidade de tentar fazer alguma coisa para que todas essas mortes parem, porém, Migi, com seu instinto de sobrevivência acima de tudo, não concorda em fazer algo para que isso mude em um primeiro momento.
O interessante desses assassinatos é que a sociedade não desconfia de nada. Na verdade, tratam de todas essas mortes de maneira cômica, chamando até de “assassino da carne moída” e logo de cara assumem como algo normal feito por humanos.
Porém, mesmo com a resistência por parte de Migi, Shinichi insiste em dizer que os parasitas estão matando humanos e ele não poderia deixar isso acontecer. É nesse momento que Migi diz a seguinte frase:
“Quando se trata de matar, nada na terra se compara aos humanos.”
(Parasyte: The Maxim)
Apesar de os parasitas estarem matando pessoas, em teoria, faziam aquilo apenas por necessidade fisiológica. Agora, o humano, muitas vezes mata o porco, a galinha, o gado; não apenas por necessidade fisiológica, mas por ganância e gula.
Também é importante destacar que a maneira como o humano lida com o abate dessas vidas (animais) é absolutamente maldosa e cruel. Isso também traz um paralelo de como o ser humano está exercendo um papel de protagonista na destruição do planeta e de várias outras espécies.
“Nunca se deve pensar que você entendeu alguém ao julgar a pessoa pelos seus próprios padrões. É vaidade humana pensar que sabemos como outras formas de vida se sentem.”
(Parasyte: The Maxim)
Além de tudo isso, muitas questões ainda mais reflexivas sobre espécie e indivíduo são levantadas no decorrer da trama. Qual o lugar do parasita no mundo? Qual o lugar do ser humano? Quem é o verdadeiro “mal”, o ser humano ou o parasita? Quem é esse meio parasita meio humano?
A maior parte dos questionamentos levantados pelo autor da obra, possui o intuito de fazer com que o telespectador se auto questione e busque pelas suas próprias respostas.
Talvez por ser um anime um pouco mais enxuto, os 24 episódios conseguem te prender com algum “plot” que inicia e termina, de uma certa forma, no próprio episódio.
Isso faz com que as lutas presentes dentro do anime sejam ainda mais incríveis e emocionantes, tudo isso combinado com essas diversas reflexões.
“Nós, humanos, protegemos outras espécies porque nos sentimentos sozinhos. Protegemos o ambiente porque nós não queremos ser extintos. Dentro do coração humano tudo que há é autossatisfação. Mas tudo bem. Penso que é simples assim. E duvido que algum dia terá fim. Tem funcionado até agora, não é?”
(Parasyte: The Maxim)
Talvez possa parecer que durante todo o anime o autor está colocando a culpa nos seres humanos. Entretanto, acredito que por mais que os humanos possam se parecer com parasitas e que sejam hipócritas por dizerem que querem que o meio ambiente fique bem, mas colocam um certo limite conveniente para esse bem, o humano apenas não quer ser destruído pela natureza.
Mesmo com todas essas coisas, é inegável que o ser humano tem uma capacidade muito grade de amar, de se importar e de ter empatia por outros.
Isso mostra que apesar do ser humano ser uma forma de vida muitas vezes fria e racional, ainda existe uma manifestação irracional que são seus sentimentos.
Os humanos são os únicos que dão a própria vida em proteção de alguém que talvez eles nem mesmo conheçam. Os humanos se doam em prol de algo. Os seres humanos gastam tempo com relações e sentimentos.
Todas essas relações, passa para mim o quanto cada ser humano é único e isso o torna algo interessante, ao menos para mim.
Parasyte: The maxium; é um ótimo anime para você que nunca assistiu nada do gênero antes… Ele está atualmente disponível na Netflix e conta com a versão dublada.
Escritor: Lucas Garcia
Me siga no Instagram: @jornadalucasgarcia
Me siga no twitter: @oolucasgarcia
Me siga no Wattpad: olucasgarcia
Originalmente publicado:lucasgarciajornada.com
Comments