Dizer para as pessoas que não vou fazer faculdade, parece ser considerado uma afronta pessoal e um ato de rebeldia de um garoto que não sabe nada sobre a vida.
Já escutei por diversas vezes os conselhos: "você vai se arrepender. Entra na faculdade mesmo que não queira nada específico", "você precisa entrar. Hoje em dia, faculdade é importante", "sem faculdade você não será nada", "entra na faculdade nem que seja para conhecer pessoas novas".
Honestamente, todas essas coisas estão certas em algum grau.
Se dermos uma pequena sondada nas vagas atuais de empregos, muitas que pagam um salário mínimo, colocam o requisito mínimo 'estar cursando o ensino superior'.
Esse é meu primeiro ponto sobre toda a exaltação da faculdade, as vagas de HOJE exigem que seus colaboradores tenham passagem no ensino superior, mas, quem garante que isso será uma verdade definitiva?
Meu argumento pode ser facilmente refutado com a lógica de que, quanto mais fácil for o acesso a faculdades, mais pessoas possuirão diploma e, graças a isso, em algum ponto, praticamente todos os empregos vão exigir curso superior de seus colaboradores, certo?
ERRADO. Isso abre dois outros furos: se todo mundo tem um diploma, qual será o diferencial entre as pessoas? A faculdade não passaria a ser como mais um ensino médio?
E então, chegaremos em um possível futuro onde faculdade não importa.
Por quê?
O seu diferencial estará no que você sabe fazer e no que consegue entregar.
O que eu quero dizer é que, para mim hoje, contratar uma pessoa apenas por ela ter faculdade e descartar outra por não ter, é uma idiotice. Um pedaço de papel não prova que alguém consegue ou não realizar um trabalho. Agora, resultados são o que realmente mudam o jogo.
Mesmo ignorando toda essa minha opinião, tenho outros pontos que assassinam qualquer desejo de querer entrar em uma faculdade:
Ambiente acadêmico brasileiro:
Em algum nível, já tive um pouco de contato com o ambiente acadêmico universitário.
Minhas impressões? Se eu retornar para algo enrustido, como ele é, seria uma sentença de morte para minha vontade de aprender.
Honestamente, sou apaixonado e obcecado em aprender coisas novas. Adoro ler milhares de livros e coletar informações de assuntos aleatórios que de alguma forma eu crio ligações entre eles. Porém, de todas as coisas que eu já aprendi, posso garantir que menos de 10% vieram dos 12 anos que passei na escola.
Além do mais, a forma mais efetiva que eu consigo aprender é fazendo a coisa e errando várias vezes. Isso é algo extremamente difícil de ser feito em um ambiente onde tirar notas altas por acertos em provas é o mais importante.
Alguém tem que criar empregos:
Empreender no Brasil é quase um crime, porém, alguém precisa assumir esse papel e gerar empregos.
Desde pequeno, minha vontade e vocação sempre foi assumir papéis de liderança e empreender. Não deveria ser surpresa minha aversão ao clássico sistema acadêmico que condena muitas vezes, esse tipo de atitude.
Já passei por algumas escolas que proibiam os alunos de venderem coisas. Na verdade, o mero ato de eu estar sugerindo de forma indireta que alunos poderiam vender coisas para seus colegas é considerado uma afronta.
Todo o ambiente escolar está construído, na minha opinião, como um lugar que rejeita artistas e empreendedores. Basta olhar os incentivos que existem na escola/faculdade.
Ou seja, eu como um empreendedor e artista (escritor), por natureza não me dou muito bem nesse lugar.
Claro que dizer tudo isso é o resumo da minha opinião. Algo que apenas me afetará. Uma decisão que ESCOLHI tomar e tenho plena consciência que todas as consequências dessa escolha, serão de minha responsabilidade.
Inclusive, essa mentalidade que aparenta ser simplória sobre escolhas e consequências, foi algo que aprendi através dos mais diversos erros que cometi.
De todo modo, tenho certeza que muitos dirão "tudo bem, se você escolheu o caminho difícil é seu problema".
Concordo plenamente, porém, com um detalhe:
Eu sempre quis o caminho mais difícil. Meus objetivos de vida, ditos em voz alta, são motivos de risada por serem quase que impossíveis.
Mas, não é como se isso importasse. Principalmente porque eu escolhi o caminho. Não qualquer um, mas, o ainda mais difícil. Não tenho a ânsia de ter uma "vida estável". Muito pelo contrário, nem acredito nisso. Gosto da emoção do risco. Gosto de aprender no momento. Gosto de perseguir coisas que parecem impossíveis. Gosto da liberdade que esse futuro que quero construir poderá me proporcionar.
Não julgo que isso seja um exímio ato de rebeldia ou uma tentativa de ser diferente da maioria das pessoas... É apenas o que sinto "tesão" em fazer.
Também não acredito que isso é algo que vale para todo mundo. Como deixei bem claro, tudo que falei é a minha opinião sobre mim mesmo quanto a tudo isso.
Cada um de nós tem uma jornada diferente. Se a sua, por livre vontade, é entrar em uma faculdade, por favor, faça isso. O que me dá felicidade não é o mesmo que te dará felicidade, afinal, somos indivíduos diferentes.
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Escrito por: Lucas Garcia
Originalmente publicado: lucasgarciajornada.com
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