— Ainda não sei o que seria certo fazer, Gus. — Suspirou. — O que acha que eu deveria fazer? Parei para pensar no que ele acabou de falar. [...] — Nós nunca sabemos Luís. Não acho que exista uma opção certa ou errada. Na verdade, acredito que tudo se resume as consequências das nossas ações. Penso que a única coisa que eu poderia falar para tentar te ajudar é que: ao tomar uma decisão, aceita, não pense se ela está certa ou errada. Não tente imaginar como poderia ser se você tivesse escolhido a outra opção. Não há como saber o que poderia ter acontecido. Fez, acabou e ponto. Arque com as consequências sem mimi.
Quando nos deparamos com os mais diversos desafios, decisões e escolhas que passamos ao logo de nossas vidas, uma das principais casos que acontecem é ficarmos com "medo" e nos perguntarmos se tomamos a decisão correta ao escolhermos X ao invés de Y.
Às vezes, esse problema é tão "inquisitivo" que nós ficamos simplesmente paralisados, e não escolhemos nem X nem Y. Ou mesmo, escolhemos a coisa, mas, estamos tão concentrados no que poderia acontecer se a outra opção fosse escolhida que esquecemos de viver a coisa que escolhemos.
Bem, assim como um dos meus personagens falou para o outro que estava passando por um desses momentos, eu acredito não haver uma escolha certa ou errada antes de você escolhe-la.
Como assim?
Não dá para saber o que iria acontecer se você tivesse feito tal coisa ao invés da outra.
Não há como voltar no passado e refazer algo que já foi feito e você não pode prever o futuro.
Ou seja,
Tudo que dá para ser feito é aceitar as consequências do que você mesmo escolheu e adaptar-se a isso.
Porém, os seres humanos possuem uma obsessão por estarem no controle das situações. Nós queremos que as coisas aconteçam da forma que imaginamos e no tempo que queremos.
Quando isso saí desse suposto espectro de controle, passamos a sentir a incerteza do que pode acontecer.
E, isso gera sentimentos de ansiedade, arrependimento, medo e raiva... Antes, durante e depois da sua escolha.
A espera, entre a tomada de decisão e seus resultados, muitas vezes podem ser o inferno na vida das pessoas.
Uma forma interessante que gosto de usar para lembrar e resolver o problema da indecisão é deixar uma moeda próximo a mim.
Se preciso tomar uma decisão e, após ponderar os malefícios e benefícios, eu não chegar a uma conclusão do que quero; simplesmente atribuo cara ou coroa para as opções, jogo a moeda para o alto e o que der deu.
A partir disso, as consequências dessa decisão são consequências e, não fico pensando que eu poderia ter escolhido Y ao invés de X, afinal de contas, a "sorte" (jogar a moeda para o alto) decidiu e tudo que posso fazer é aceitar as consequências me adaptando a elas.
Talvez seja uma forma infantil de resolver esse problema, porém, prefiro algo infantil, mas que me leva a poupar meu tempo e resolver a situação; do que passar tanto tempo refletindo no que poderia ter acontecido se eu escolher X ou Y, afinal de contas, quem escolheu aquilo foi a moeda e não eu.
Isso pode parecer uma fuga da responsabilidade... E em algum nível é... Porém, mesmo para isso acontecer, você precisa escolher se realmente vai querer ter esse hábito ou não.
Ou seja, a escolha de jogar uma moeda para cima e determinar qual opção eu vou escolher, precisou ser tomada antes e aceita por mim primordialmente.
Se você se identificou com isso, talvez, estudar um pouco do estoicismo seja uma forma de encarar o mundo de maneira diferente e explorar as formas estoicas de lidar com as incertezas do mundo e tomadas de decisões.
Outra forma, é seguir meu exemplo para poupar tempo e tomar decisões rápidas... Jogue uma moeda para cima e deixe ela tomar a decisão por você... Independente da coisa, você terá de arcar com as consequências, afinal de contas, é tudo que você pode fazer.
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Escritor: Lucas Garcia
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