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A Luta Entre "Nós" e "Eles"

“Quase por uma lei da natureza humana, parece ser mais fácil aos homens concordarem sobre um programa negativo — o ódio a um inimigo ou a inveja aos que estão em melhor situação — do que sobre qualquer plano positivo. A antítese "nós" e "eles", a luta comum contra os que se acham fora do grupo, parece um ingrediente essencial a qualquer ideologia capaz de unir solidamente um grupo visando à ação comum. Por essa razão, é sempre utilizada por aqueles que procuram não só o apoio a um programa político mas também a fidelidade irrestrita de grandes massas.”

Hayek, O caminho da Servidão.


Em meu texto “O problema com Guerras”, expliquei superficialmente que uma das primeiras coisas que acontecem antes e durante a declaração de guerra por um líder de estado, é a transformação do outro (o inimigo), como o pior ser vivo rastejante no planeta Terra.

Em outras palavras, assim como descrito na citação inicial desse artigo, é a diferenciação entre “nós” e “eles”.


Mas, será que isso só acontece em Guerras Mundiais?


Sejamos francos… Quantos de nós não passamos a falar com alguém simplesmente porque essa outra pessoa não gosta da pessoa X ou Y? Ou quantos de nós adoramos reclamar e fofocar dos outros?

Não encaro isso como um problema… Acredito ser mais uma forma dos seres humanos criarem grupos com pessoas que possuem opiniões parecidas com as deles.


Para falar a verdade, isso sempre existiu na nossa sociedade. Pessoas se unirem a outras pessoas por ter opiniões, mesmo que levemente, parecidas com as delas.

Porém, desde que a informação descentralizada e distribuída começou a ser finalmente possível para nós, o fenômeno de nos juntarmos a pessoas que possuem opiniões parecidas com as nossas se intensificou.

O motivo disso? Bem, primeiro você descobre que existem outras pessoas que também pensam de forma parecida a você… Você descobre que não está sozinho.

Segundo, você tem fácil acesso a essas pessoas e opiniões… Está a literalmente dois cliques de você.


Talvez você não tenha noção do quão importante e incrível a informação descentralizada e distribuída é.

Então, como um exemplo, vamos pegar a ditadura do Partido Comunista Chinês…

Na China, existe um "exército" de pessoas que trabalham incessantemente para censurar a população quanto ao que é compartilhado, visto e falado na internet.

Dentro da censura, existem alguns apelidos para o atual ditador do Partido Comunista Chinês, como Ursinho Puff, Baozi (bolinho cozido de arroz) e etc… Além de proibir diversas outras coisas, como dizer que o Partido Comunista Chinês é uma ditadura, falar sobre o massacre da praça celestial… Até mesmo discutir sobre censura é censurado na China.

Por que isso acontece?

Bem, para manter todos comportados e obedecendo às regras do lobo mal, só o medo utilizando a coerção através da violência estatal não basta. Como disse o Presidente Snow de Jogos Vorazes:

“A esperança é a única coisa mais forte que o medo”.

E o que seria esperança para indivíduos que moram na China? Saber que existem outras pessoas que pensam como eles. Que existem pessoas que não concordam com toda a imposição de ideias que a ditadura Comunista chinesa os impõe… Saber que outras pessoas estão dispostas a resistir.


De toda forma, este ainda não é um artigo para explorar as nuances sobre a China, apenas utilizei este exemplo como parâmetro para você ver o quão “perigoso” para governos, a informação descentralizada e distribuída é, e o quão útil ela vem se tornando para os indivíduos.


Voltando ao assunto anterior, com a descoberta que outras pessoas possuem opiniões parecidas com as nossas… Começamos a criar bolhas e ficarmos dentro delas, afinal de contas, estamos interagindo com pessoas que concordam conosco na maior parte do tempo.

Sendo bem sincero, não acredito que isso seja um problema… Muito pelo contrário, por que você vai interagir com pessoas que te irritam constantemente, pensam em um mundo que você considera “errado” ou algo do tipo? Claro, você pode argumentar que precisamos ouvir opiniões diferentes e aprender a conviver com elas e blá, blá, blá…

Para ser sincero, eu concordo. Acho muito importante ouvirmos opiniões diferentes e tudo mais, já que isso possibilita um crescimento pessoal individual, porém, isso não é uma justificativa para você obrigar que todos participem disso ou concordem com pessoas que elas odeiam e trabalhem juntos no mundo mágico da felicidade... Não, isso não vai acontecer.

Isso é algo que deveria ficar a cargo do indivíduo escolher.



Em outras palavras, enquanto todo mundo está se relacionando de maneira pacífica, realizando trocas voluntárias e escolhendo por livre e espontânea vontade fazer o que está fazendo; a vida segue.


Em outras palavras, enquanto todo mundo está se relacionando de maneira pacífica, realizando trocas voluntárias e escolhendo por livre e espontânea vontade fazer o que está fazendo; a vida segue.

O problema acontece quando algumas das bolhas, geralmente as maiores, começam a acreditar que elas não estão dentro de uma bolha e a visão de mundo deles é o que deve governar… Em outras palavras, começam a assumir que o padrão social e étnico de pensar que sociedade possui, é pautada no mesmo que as pessoas participantes dessa bolha tem.

E, então, qualquer visão de mundo diferente dessa bolha, passa a ser enxergada como um inimigo mortal que deve ser eliminado imediatamente.

Isso é descrito no trecho citado: A antítese 'nós' e 'eles', a luta comum contra os que se acham fora do grupo, parece um ingrediente essencial a qualquer ideologia capaz de unir solidamente um grupo visando à ação comum.

Em outras palavras, para essas bolhas ganharem ainda mais poder, isto é, pessoas fazendo parte delas… Criar um inimigo, ou mesmo, enxergar outros indivíduos/bolhas como “eles, nossos inimigos mortais”, é o caminho mais simples para reunir um grande grupo de pessoas e por fim, enfiar goela abaixo determinadas ideias e ideologias, com o argumento de que se você não acredita/concorda com isso, então automaticamente você faz parte deles… É um inimigo… Está no time adversário. Você deve morrer.

Bem, como exemplo… Ao invés de utilizar algo do passado, vamos pegar um movimento que já está começando politicamente no Brasil…



Acho difícil você não saber, mas ano que vem, o show que conhecemos como democracia será apresentado… Ou, como a maioria conhece, ano que vem temos eleições.

Ao que tudo indica, a pressão será concentrada para que todos nós enxerguemos dois lados… Lado um: ladrão sem dedo… Lado dois: ladrão da língua presa.

O ladrão sem dedo, fará de tudo para convencer que o ladrão da língua presa é um inimigo que deve ser parado imediatamente, sendo um dos piores seres rastejantes no planeta terra e um monte de outras baboseiras… Enquanto, o ladrão da língua presa, fará de tudo para convencer que o ladrão sem dedo é um inimigo que deve ser parado imediatamente, sendo um dos piores seres rastejantes no planeta terra e um monte de outras baboseiras…

“— E, assim, se você não votar em mim, você é um deles”... E aí, qual você escolhe?

Resumindo, um movimento muito grande de ambas as bolhas começarão a fazer pressão dizendo que se você votar no X ou Y, você é um retardado mental, comunista, apoia ditadura militar, genocida ou qualquer coisa que estão inventando agora.

É engraçado que isso tudo de fato parece até uma religião com fiéis fervorosos querendo que você aceite a verdade absoluta e que os outros são o inimigo da sua religião… Aqueles que não são fiéis devem ser considerados como hereges e serão lançados à fogueira (cancelamento).


Por fim, baseando-se em tudo o que falei… Pergunto-me, vale mesmo a pena tudo isso? Será que essa é a melhor forma de organizar a sociedade? Ou melhor dizendo, por que alguém precisa definir como nos organizarmos?

Por que não podemos nos juntar voluntariamente a outros indivíduos e assim vivermos organizando nossas próprias vidas da maneira que achamos melhor? Parando para pensar, democracia não passa de uma forma bonitinha de ditadura, onde 51% das pessoas “governam” os outros 49%.



Bem, espero que tenha gostado. Como sempre falo, a proposta de meus artigos é trazer ideias e visões diferentes da maioria.

Se você quiser me xingar ou qualquer coisa do tipo, por favor faça isso. Sempre defendi seu direito de expressar sua opinião e provavelmente me dará mais conteúdo para próximos artigos.


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Escritor: Lucas Garcia

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