Se existe uma coisa que acredito não ser muito bom em fazer, é lidar com sentimentos e emoções das outras pessoas. Na verdade, eu tenho uma tendência enorme a fugir de situações que envolvam esse tipo de coisa justamente por nem mesmo querer lidar com isso.
Acho que muito disso acontece porque tendo a ver o mundo com um olhar mais “racional” procurando a resolução do problema e, inconscientemente, tenho o hábito de comparar situações que foram piores na minha vida ou na vida de outras pessoas das quais tenho conhecimento.
Isso faz com que eu não “reaja” da maneira “adequada” a determinados sentimentos e emoções que as pessoas costumam jogar para os outros quando querem “desabafar”.
Outro ponto que agrava essa minha situação é que, a cada ano que se passa, eu venho me tornando uma pessoa bastante sincera. Não do tipo babaca e tudo mais… Mas sim, ficando com preguiça de enrolação e mentiras.
Se você me conhece, sabe que normalmente gosto de ir direto ao ponto. E, normalmente, isso não é o que as pessoas procuram quando querem desabafar.
Não acho que eu seja uma pessoa ruim para você desabafar… Muito pelo contrário, na minha visão, sou um ótimo ouvinte e no final de tudo vou trazer uma solução para resolver o seu problema.
Mas, a questão aqui é que por algum motivo as pessoas não querem uma solução… E sim, alguém para escutar e dar algum tipo de apoio emocional.
E isso é um ponto que não faz muito sentido para mim.
(Não é surpresa alguma que meu MBTI é INTJ, haha).
Ao mesmo tempo, e talvez contraditório, eu consigo ter uma empatia pelos sentimentos e desejos das outras pessoas.
Apesar de ser meio sociopata, graças ao desenvolvimento da minha empatia pelos outros, misturado com a minha racionalidade; quando quero, consigo falar com o seu eu emocional e sentimental, descobrindo seus desejos e anseios, resultando em conseguir resolver conflitos e conseguir o que eu quero.
Em comparação a tudo isso, lidar com minhas próprias emoções, sentimentos ou ausência deles, não é um grande problema… Muito talvez por eu aplicar ainda mais inquisitivamente o que aplico quando trato dos sentimentos e emoções das outras pessoas.
Mas, isso também carrega um ponto, você não me verá desabafando a respeito de algum dos meus reais problemas. Por hábito, o máximo que geralmente deixo “sair” são uns 10% do que realmente está acontecendo.
E, esse meu hábito resulta em eu aparentar ser uma pessoa sem sentimentos e escutar frases como: “nossa deve ser bom ser você… Quase não tem problemas”; “Você não se importa mesmo”; “Você é tão frio”, e uma série de outras coisas relacionadas a solidão, frieza, sociopatia.
Não sei se isso é resultado do passado ou se já nasci assim… Meu palpite? Talvez um pouco dos dois.
Porém, gosto de utilizar disso para aplicar nas coisas que gosto.
Ou seja, se você está lendo esse texto, basta olhar os problemas que meus personagens, artigos, livros e contos trazem que talvez, (ressalto o talvez), possa ter sido algo que já passei em alguma fase da minha curta vida.
Claro que isso também é um jogo para mim, já que você tentará descobrir o que de fato é e o que não é. (sim, estou rindo enquanto escrevo isso).
Mas, de qualquer forma, a parte de melhorar em lidar com os sentimentos das outras pessoas é algo que venho procurando melhorar e desenvolver. Mesmo assim, ainda parece ser algo que sempre vou ter dificuldades em fazer haha.
Algumas das coisas que utilizo para mudar isso, é a própria leitura. Como falei no meu artigo: Livros de Ficção São Inúteis?; ler livros é algo que tende a nos deixar mais empáticos. E, ao menos para mim, me ajuda a entender um pouco mais profundamente os sentimentos das outras pessoas.
A segunda coisa para mim mais importante é escrever sobre. Criar personagens com problemas que não tenho ou que já tive, é uma boa forma de “treinar” essa nova habilidade e colocar minha empatia comigo mesmo e com os outros em prática.
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